Abstract
A fraude acadêmica cometida por alunos universitários é um problema de ordem institucional e social, com efeitos nocivos na eficiência do mercado de trabalho e comprometedores da confiança da sociedade nas organizações, especialmente grave no caso de futuros decisores gerenciais. O objetivo deste artigo é estudar a atitude dos alunos de administração e economia perante a fraude acadêmica, a sua percepção sobre a frequência desta, a gravidade que atribuem aos diferentes tipos de fraude, o que a motiva e o que a poderá inibir. É também apresentada uma nova tipologia de fraude acadêmica e são propostos dois novos indicadores que avaliam a predisposição para a fraude (IPF) e a predisposição para a denúncia (IPD). Empiricamente, foram inquiridos 1.276 alunos de instituições de ensino superior portuguesas, utilizando um questionário projetivo. Os resultados revelam a prevalência da fraude associada à avaliação por exame escrito e a significativa ausência de denúncia de fraude, destacando a transação de trabalhos acadêmicos como a prática mais condenável. O IPF é maior entre os piores alunos, e entre os que não se reconhecem no curso ou na instituição. O estudo revela, ainda, que o principal motivo para transgredir está relacionado com o sucesso acadêmico, e que o principal fator inibidor, com a dissuasão.
Highlights
As grandes transformações tecnológicas e políticas que ocorreram no mundo durante as últimas décadas tornaram mais fácil o acesso à informação e reforçaram a capacidade reivindicativa das sociedades contra os múltiplos abusos corporativos e institucionais que violam ou comprometem os seus direitos
Os estudos e os ensaios acadêmicos sobre a ética empresarial, suas causas e seus efeitos, têm-se multiplicado
Esse argumento parece não ser suportado pelos resultados de Teixeira e Rocha (2010), segundo os quais, nos países onde os alunos revelam menor propensão para a fraude – com sanções mais pesadas e, portanto, com maior risco – é maior a proporção de bons alunos que admitem ter cometido fraude comparativamente com a proporção de maus alunos que admitem tê-lo feito
Summary
A fraude acadêmica cometida por alunos universitários é um problema de ordem institucional e social, com efeitos nocivos na eficiência do mercado de trabalho e comprometedores da confiança da sociedade nas organizações, especialmente grave no caso de futuros decisores gerenciais. O objetivo deste artigo é estudar a atitude dos alunos de administração e economia perante a fraude acadêmica, a sua percepção sobre a frequência desta, a gravidade que atribuem aos diferentes tipos de fraude, o que a motiva e o que a poderá inibir. É também apresentada uma nova tipologia de fraude acadêmica e são propostos dois novos indicadores que avaliam a predisposição para a fraude (IPF) e a predisposição para a denúncia (IPD). Os resultados revelam a prevalência da fraude associada à avaliação por exame escrito e a significativa ausência de denúncia de fraude, destacando a transação de trabalhos acadêmicos como a prática mais condenável.
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