Abstract

Com o fim do Império e a instalação da República, as populações indígenas tiveram que reformular suas ações e reinventar novas formas de lidar com o poder do Estado. Esse processo, se por um lado garantiu a sua existência, por outro fez com que eles tivessem que readequar seus modos de vida tradicionais às novas situações. Pretende-se aqui apresentar a situação das populações indígenas presentes na bacia do médio Rio Tibagi no Estado do Paraná. Será destacada a situação histórica da região por volta de 1910, momento da criação do Serviço de Proteção aos Índios e Localização de Trabalhadores Nacionais (SPILTN) e o papel desse órgão na região intermediando as relações entre os indígenas e os nacionais. As populações indígenas envolvidas nesse processo desenvolveram estratégias políticas apropriadas e específicas para contrapor as políticas e as ações de redução de seus territórios. Serão demonstradas as complexas relações históricas e socioculturais que existiram nesse processo, que vão além das explicações oficiais de transformação (aculturação) das populações indígenas em populações rurais, e também evitada a armadilha da história polarizada que simplifica essas relações entre populações diferenciadas.

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