Abstract

A estigmatização e o preconceito são representações sociais atribuídas às mulheres usuárias de álcool e outras drogas. Estas repercussões estabelecem uma desaprovação e culpabilização à população feminina, acarretando sua invisibilidade nos espaços públicos. O objetivo deste artigo consiste em compreender a (in)visibilidade de mulheres que frequentam o Grupo Feminino no Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas (CAPS AD III) de um município do interior do Rio Grande do Sul. O estudo abrange o entendimento acerca dos modos de subjetivação das mulheres, assim como busca discutir as questões de gênero que se atravessam no cuidado em Saúde Mental. A pesquisa constituiu-se com o método da Observação Participante, através da aproximação com o campo empírico. Empregou-se o registro do diário de campo para a discussão a respeito da aproximação com as particularidades que perpassam a existência destas mulheres. Constatou-se que o grupo feminino ocupa um espaço importante na vida das mulheres, porém, algumas delas compareceram somente para solicitar e retirar as receitas médicas, o que acarreta sua invisibilidade no serviço público. A suposta ideia de redes/serviços de apoio para as mulheres foi confirmada a partir dos relatos que apontaram o contexto familiar, o CAPS AD III (especialmente o grupo feminino) e os amigos como pontos de proteção para estas. Ao discutir sobre gênero no âmbito da saúde mental, tornou-se possível observar uma concepção biologizante destinada ao cuidado às mulheres. Estas costumam não falar de sua trajetória, buscando compreender apenas o funcionamento de sua doença.

Highlights

  • Ao mencionar sobre o movimento da reforma psiquiátrica, Santos (2009) considera importante deslocar o conceito de doença no atendimento em saúde mental, tendo em vista o planejamento de ações que proporcionam a socialização e a produção subjetiva dos sujeitos que possuem sofrimento psíquico

  • Culturalmente, a mulher não apenas desempenha o cuidado com a família, como também acompanha e protege o familiar até algum serviço de saúde, garantindo o bemestar deste enquanto distancia-se de seus próprios cuidados

  • Dessa forma, o cuidado em saúde precisa dar conta dos atravessamentos que constituem as mulheres, considerando que: Uma usuária destacou sobre seus estresses no relacionamento e do quanto está cansada de tudo que tem acontecido em sua vida

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Summary

Moises Romanini

ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3288-4763 Universidade de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul/Brasil Declaração de Direito Autoral A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. O objetivo deste artigo consiste em compreender a (in)visibilidade de mulheres que frequentam o Grupo Feminino no Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas (CAPS AD III) de um município do interior do Rio Grande do Sul. O estudo abrange o entendimento acerca dos modos de subjetivação das mulheres, assim como busca discutir as questões de gênero que se atravessam no cuidado em Saúde Mental. A suposta ideia de redes/serviços de apoio para as mulheres foi confirmada a partir dos relatos que apontaram o contexto familiar, o CAPS AD III (especialmente o grupo feminino) e os amigos como pontos de proteção para estas. La supuesta idea de redes/servicios de soporte a las mujeres fue confirmada a partir de los relatos que señalaron el contexto familiar, el CAPS AD III (especialmente el grupo femenino) y los amigos como puntos de protección para estas. Palabras Clave: Mujeres; Alcohol y otras drogas; Género; Salud mental

Análise e discussão dos resultados
Considerações finais
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