Abstract
Entre 7 e 10 de setembro de 1974, ao tomar conhecimento do conteúdo do Acordo de Lusaka entre o Governo português e a Frelimo, uma parte da população colonial da capital moçambicana revoltou-se contra o que entendia ser uma simples transferência de poder para a Frelimo. Durante quatro dias, a estação de rádio ocupada apelou à revolta e ao apoio das tropas especiais (que não apareceram). Houve massacres de negros nos bairros periféricos. De facto, a revolta foi muito heterogénea, desde a simples indignação da população colonial por não ter sido consultada, até aos grupos ultrafascistas responsáveis pelos massacres. Estes últimos provocaram uma revolta maciça da população negra, com o perigo de massacres indiscriminados de brancos, que acabaram por ser travados por uma ação conjunta entre as tropas portuguesas e a Frelimo. No entanto, é demasiado simplista analisar este movimento como uma tentativa de independência à semelhança da Rodésia. Tratava-se, antes, do sonho de um “Novo Brasil”.
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